Mora Fuentes, a fábula de um rumo
"As coisas sem conta que se acumulam por toda uma vida eu as perdi em algum lugar. Agora em mim, apenas um desejo antigo de finitude. Nem por isso o tempo à minha frente deixa de se fazer extenso desordenado. Tento me convencer que sempre surgirão novas possibilidades. E é por isso que manhoso, inventariando ilusões, oposto à verdade, aguardando espantos, exausto sim, como quando chegamos ao mais alto do monte que subimos, extraviado dos homens, naufragando impune nas invenções da vida, aqui estou. E pela milésima vez eu recomeço e recomeço e me refaço."
(in "Fábula de um Rumo" - Mora Fuentes, Moderna, 1980)
Foto: Mora Fuentes em janeiro de 1991 na Casa do Sol, em Campinas - álbum de família
1 Comments:
nossa malu, que texto lindo!
amei tanto que coloquei no meu orkut. não conheço o autor.
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