Sem alfabeto nem calendário
Se um pássaro cantar dentro da noite
extraviado,
pensa com ternura nessa vida aérea,
sem alfabeto nem calendário,
tão pura, tão pura,
entre flores e estrelas,
sem data de nascimento,
sem nítida família,
e sem noção de morte.
Como os meninos que as mães deixaram,
abandonados
longe, na calçada dos séculos,
à porta de um pai improvável
e que choraram sem socorro.
(Cecília Meireles, in Metal Rosicler)
2 Comments:
lindíssimo, malu
beijo!
querida,
ventos burocráticos me levam para cá - precisava duma resposta tua ao convite da flap.
no mais, levo de volta à burocracia os ensinamentos.
beijos
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