20.4.07

Sem alfabeto nem calendário

(Wren on the Doorknob, de Bob Henley)
Assim me disse a Mestra em anos longínquos e até hoje ecoa:

Se um pássaro cantar dentro da noite
extraviado,
pensa com ternura nessa vida aérea,
sem alfabeto nem calendário,
tão pura, tão pura,
entre flores e estrelas,
sem data de nascimento,
sem nítida família,
e sem noção de morte.

Como os meninos que as mães deixaram,
abandonados
longe, na calçada dos séculos,
à porta de um pai improvável
e que choraram sem socorro.

(Cecília Meireles, in Metal Rosicler)

2 Comments:

At 2/5/07 19:38, Blogger Simone Iwasso disse...

lindíssimo, malu
beijo!

 
At 16/5/07 10:50, Anonymous Anônimo disse...

querida,

ventos burocráticos me levam para cá - precisava duma resposta tua ao convite da flap.

no mais, levo de volta à burocracia os ensinamentos.

beijos

 

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